Crítico de arte e curador da Galeria Cultura, de São Paulo, fala sobre o trabalho da artista plástica Karla Bratfisch. Veja só:
“Existem parâmetros de apreciação de obras de arte discutíveis e
insensíveis, dos quais não me aproximo. Existem, outrossim, formas de olhar
para as obras um pouco mais aberto e receptivo, inclusive com atitude em
sintonia com o que acontece no mundo no momento que acontece este olhar.
A vida, sempre cheia de surpresas e desafios, nos pede respostas para
determinada situação em que se confrontam artistas e obras. A obra de arte nem
sempre está colada à vida de quem a faz. São obras de arte distintas, a própria
obra de arte, e a vida de quem a faz. Em momentos raros as obras se mimetizam e
o conceito se torna único.
Vejo na obra de Karla Bratfisch dois momentos de um mesmo drama - o
colorido de formas definidas que nos espairece e nos fazem refletir sobre a
beleza e possibilidades de uma vida leve e boa, e, também em outro dado
momento, talvez mais subjetivo, uma obra que perscruta o insondável e mais
autora se torna a cada tentativa de solução para a pintura.
Acredito nos dois momentos de uma artista que mais do que questionar, se
insere nos momentos da criação e busca, incansavelmente, uma resposta que, de
verdade, nos convença que vale a pena continuar criando para deleite, alegria
e, por que não, questionamentos nossos, seus apreciadores.”
José Carlos Honório
Curador Galeria Cultura / SP